Dados extraídos de uma pesquisa realizada pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (FGV Social) oferecem uma nova e mais realista indicação sobre um tema que nunca primou pela clareza no país.
Na prática, as informações mostram com assertividade inédita o que é (ou melhor, quanto é) ser rico – e muito rico – no Brasil.
Até o momento, os dados disponíveis, fornecidos pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Continua (Pnad Contínua) eram especialmente subestimados.
Indicavam que o restrito grupo formado pelo 1% mais rico do país teria renda média pessoal de R$ 16 mil por mês.
No caso do restritíssimo núcleo do 0,1% mais rico, esse valor seria de R$ 31 mil mensais.
Agora, o FGV Social uniu a Pnad Contínua à base de informações do Imposto de Renda das Pessoas Físicas (IRPF) e obteve números bem mais gorduchos.
O 1% mais rico tem, na verdade, renda média pessoal de R$ 27 mil (ante R$ 16 mil da Pnad Contínua). O 0,1% ganha acima de R$ 95 mil por mês (contra os R$ 31 mil). Ou seja, no primeiro caso, o número quase dobrou e, no segundo, mais que triplicou.
O trabalho do FGV Social também fez um recorte adicional, considerando o grupo de 0,01% dos mais endinheirados do país.
Para essa elite da elite (da elite), que representa pouco mais de 20 mil brasileiros, o valor do patrimônio por pessoa vai à estratosfera, atingindo R$ 151,5 milhões.
De acordo com a pesquisa, em geral, metade do patrimônio, ou seja, o estoque de riqueza dessas pessoas, é formado por imóveis. A outra metade é formada por carros e ações, por exemplo.
O aprofundamento de dados dos ricos e super-ricos só foi possível a partir do uso das informações do Imposto de Renda.
Mesmo porque as entrevistas feitas pelos agentes do IBGE, que constituem a base da Pnad, sempre esbarraram em limites, quando buscam informações nas classes mais altas da população.
(Texto: Portal Metrópoles)
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