O que é voto útil? Eleições 2022

Na disputa pelo eleitorado, a expressão “voto útil” tem aparecido com frequência nas declarações dos candidatos em meio a uma campanha eleitoral acirrada. Mas o que exatamente isso quer dizer?

O voto útil, segundo cientistas políticos, é uma estratégia para retirar ou diminuir a força de um competidor que o eleitor não gosta em detrimento da sua opção sincera pelo candidato que considera ideal.

É uma decisão pragmática. Abre-se mão de votar no candidato preferencial para depositar voto no postulante que possui mais chances de vencer o pleito e derrotar um adversário que o eleitor rejeita.
“É um voto mais baseado no desgostar, é um voto contra alguém. O eleitor abre mão da sua preferência número um para retirar da disputa um candidato que odeia (mais do que gosta do ideal)”, explica Bruno Bolognesi, cientista político e professor na Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Nas eleições 2022, campanhas de candidatos mais bem posicionados nas pesquisas de intenção de voto e seus apoiadores vêm fazendo movimentos para atrair o voto útil de outros candidatos para liquidar as eleições já no primeiro turno.
Postulantes que seguem atrás na disputa, por outro lado, têm condenado a prática com veemência, para não verem suas candidaturas desidratadas.
Eles têm defendido que eleitores votem no candidato que tem sua preferência e que, portanto, são sua primeira opção.
Na avaliação de especialistas, o voto útil faz parte do jogo democrático.
“Não é a melhor alternativa porque seria interessante que as pessoas exprimissem, pelo menos no primeiro turno, sua escolha preferencial. Mas para quem está na frente na disputa é um movimento natural para tentar liquidar a fatura”, diz Leandro Consentino, doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (USP) e professor no Insper.
O voto útil pode ocorrer nas eleições 2022?
Pode. Segundo os cientistas políticos, três elementos que contribuem para o voto útil estão presentes nestas eleições: forte polarização, diferença apertada de intenções de voto entre os candidatos que lideram a disputa e os índices de rejeição desses candidatos. (Fonte: Valor Econômico)



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