Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e
Indígena
Thiago Silva do Rosário¹
O
Brasil segue com sua história cheia de oprimidos lutando para fazer parte da
narrativa nacional, esse é o desafio que movem tantos pesquisadores e educadores
de diversas áreas do conhecimento científico na luta por voz à estes
silenciados, como é o caso, dentre outros, dos indígenas e afrodescendentes,
que por muitos esforços conseguiram conquistar espaços dentro da grade
curricular da educação básica, um passo extremamente importante para
fortalecimento da discussão sobre os temas em âmbito nacional.
Foi
na LDB (Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) de 1996 que foi determinado
que o ensino de história deveria abranger as matrizes indígenas, africana e
europeia na formação do povo brasileiro. Na alteração na LDB em 2003 foi acrescentado
a lei que se tornou obrigatório os conteúdos sobre História da África e dos
Afrodescendentes no Brasil, na educação básica, porém, é somente em 2008 que foi
posto como obrigatório no currículo oficial a temática História e Cultura
Afro-Brasileira e Indígena.
A
inserção dessa temática não pode e nem deve ser assunto exclusivamente do
ensino de História, é importante e necessária uma abordagem interdisciplinar,
de forma global e qualificada. Pois o desafio dispõe em enfrentar preconceitos
adquiridos num processo de desinformação que a sociedade no dia-a-dia produz
sobre povos indígenas e africanos que fixa um imaginário
pobre e racista.
Para
isso, um professor empenhado que é pesquisador e propositor, procura
desenvolver a potencialidade dos alunos, criar trajetos de saber para despertar
neles o desejo do conhecimento de si próprio e do outro. Desta forma, o
processo de aprendizagem passa a ser um processo de estranhamento, de
reconhecimento das diferenças e igualdades que constitui os seres humanos, para
dessa forma reconhecer a individualidade de cada um sem caí no etnocentrismo.
Além
de inserir no âmbito escolar discursões estas necessárias para entender a
formação nacional e todos seus aspectos decorrente, é preciso dar condições ao
aluno entender o passado como construção do presente, afim de sentir-se sujeito
capaz de intervir em sua realidade, valorizando a autoestima e fomentando a
análise crítica e a memória histórica como parte de sua própria trajetória.
Referências
bibliográficas
BRANDÃO, Sérgio Vieira. A
história dos povos indígenas e afro-brasileiro. Curitiba: Expoente, 2009.
MORAES, Renta Figueiredo;
CAMPOS, Sabrina Machado. O ensino de História e cultura indígena e
afro-brasileira: mudanças e desafios de uma década de obrigatoriedade. Revista
Transversos, Rio de Janeiro, n. 13, p. 11-34, ago. 2018.
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