Paz no futuro e glória no passado



No dia que um homem como este se eleger presidente, as trevas da ignorância recobrirão ainda mais nosso país, assim como aconteceu anos atrás, quando um golpe que quis se chamar revolução instaurou um sistema autoritário de medo, opressão e perseguição. O sol da liberdade com seus raios fúlgidos seria mais uma vez ofuscado e por que não dizer, eclipsado pela bestialidade vil que corre nas veias de muitos. Falta a ele e a seus apoiadores uma visão que se baseie nas pluralidades e diversidades do ser humano, saindo de meras superficialidades para um pensamento que se dissocie dos preconceitos e da alienação que os prende. 

Que a religião (seja qual for ela) e as forças armadas permaneçam a uma distância segura dos poderes mantenedores do Estado. Cada macaco em seu galho para tentar evitar adversidades maiores ao ambiente social em que vivemos e convivemos (ao menos na teoria convivemos). E que a dita “Marcha da Família com Deus pela Liberdade” seja deixada para trás e se possível for, excluída definitivamente de nossa sociedade, pois seu caráter antiquado e “tradicional” não serve aos parâmetros de igualdade pelos quais lutamos. 

Desejo que essa hipocrisia conservadora e moralista que adoenta e enche de chagas nosso povo, seja tratada tal qual a doença crônica e devastadora que o é. Dessa forma, se não puder ser extirpada, ao menos consigamos seu controle para que não progrida danificando os outros órgãos deste corpo que se revira em colapso. Ampliemos assim nossa visão de mundo, pois a dúvida e o conhecimento são de fato essenciais para romper com esse círculo vicioso de violência que alimentamos dentro de nosso ser e que temos a pretensa ousadia de chamar de justiça. 

Não! Não devemos dar nossas vidas e nossa liberdade nas patas imundas de sangue e de ódio dessas feras que agem apenas por brutal instinto. Não deixemos que haja quaisquer possibilidades de regredirmos a barbárie da tortura e da censura (que foi pior do que é hoje). Filhos do Brasil, não fujam a luta, não se escondam na comodidade, pois temos o dever de agir eticamente em prol de um espaço melhor para vivermos. E assim quem sabe, olharemos com satisfação as conquistas obtidas e estruturaremos um porvir mais brilhante e duradouro. E num último apelo, peço a todos: digam não a esse homem e as ideologias que pretendem continuar agrilhoando nossa nação.

Marlon Leal do Nascimento

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